quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Desequilíbrios da justiça




(ou uma fotografia desequilibrada justificada pela intuição)

Supostamente o fazer de justiça baseia-se nos factos e provas apresentadas.
Sabemos disso, tal como sabemos que há profissionais especializados em avaliar factos e provas, tal como há profissionais especializados em apresentar factos e provas.
A sociedade em que vivemos tem isto por base.
No entanto, com o passar dos tempos vamos aprendendo que nem sempre os factos e provas apresentados correspondem à verdade. Que faltam no fazer das contas aquelas décimas que, todas somadas, redundam num valor diferente do fazer arredondamentos.
Às vezes essas décimas são constatáveis, se a questão esmiuçada, outras mais não são que intuídas. O conhecer os intervenientes, o seu historial, actos praticados, ideias defendidas…
Os factos e provas apresentadas mais não são que cortinas de fumo que escondem essas tais décimas.

Corre por aí um caso mediático. De uma forma ou de outra diz-me respeito, ainda que não envolvido nele.
Vou ouvindo os argumentos das partes, não vou tendo conhecimento dos documentos e provas apresentadas.
E os números arredondados parecem apontar para uma conclusão mais ou menos definida, com o rolar de uma cabeça, quiçá mais num futuro próximo.
Conheço mais ou menos de perto alguns dos intervenientes: comportamentos, ideias defendidas, parte do seu historial. De outros pouco ou nada sei.
Mas começo a juntar as tais décimas que ficam de fora dos arredondamentos e o resultado das contas a que chego não é bem aquele que transparece. Mais: leva-me a ter uma certeza, apenas intuída, que tudo está mal contado, senão do avesso. Até porque nem sempre o que grita mais alto e mais se movimenta é o que mais inocência tem a defender.

Talvez que esta noção de justiça, sem arredondamentos e considerando todas as décimas esteja errada. E que a minha intuição me conduza a conceber uma injustiça.
Mas, e até ver todas as décimas escarrapachadas e consideradas, confio na minha experiência e conhecimento de alguns dos intervenientes.

By me 

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