(ou
uma fotografia desequilibrada justificada pela intuição)
Supostamente
o fazer de justiça baseia-se nos factos e provas apresentadas.
Sabemos
disso, tal como sabemos que há profissionais especializados em avaliar factos e
provas, tal como há profissionais especializados em apresentar factos e provas.
A
sociedade em que vivemos tem isto por base.
No
entanto, com o passar dos tempos vamos aprendendo que nem sempre os factos e provas
apresentados correspondem à verdade. Que faltam no fazer das contas aquelas décimas
que, todas somadas, redundam num valor diferente do fazer arredondamentos.
Às
vezes essas décimas são constatáveis, se a questão esmiuçada, outras mais não são
que intuídas. O conhecer os intervenientes, o seu historial, actos praticados,
ideias defendidas…
Os
factos e provas apresentadas mais não são que cortinas de fumo que escondem
essas tais décimas.
Corre
por aí um caso mediático. De uma forma ou de outra diz-me respeito, ainda que não
envolvido nele.
Vou
ouvindo os argumentos das partes, não vou tendo conhecimento dos documentos e
provas apresentadas.
E
os números arredondados parecem apontar para uma conclusão mais ou menos
definida, com o rolar de uma cabeça, quiçá mais num futuro próximo.
Conheço
mais ou menos de perto alguns dos intervenientes: comportamentos, ideias
defendidas, parte do seu historial. De outros pouco ou nada sei.
Mas
começo a juntar as tais décimas que ficam de fora dos arredondamentos e o
resultado das contas a que chego não é bem aquele que transparece. Mais:
leva-me a ter uma certeza, apenas intuída, que tudo está mal contado, senão do
avesso. Até porque nem sempre o que grita mais alto e mais se movimenta é o que
mais inocência tem a defender.
Talvez
que esta noção de justiça, sem arredondamentos e considerando todas as décimas
esteja errada. E que a minha intuição me conduza a conceber uma injustiça.
Mas,
e até ver todas as décimas escarrapachadas e consideradas, confio na minha
experiência e conhecimento de alguns dos intervenientes.
By me
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