sexta-feira, 1 de maio de 2015

Lisboa à noite





É uma daquelas manias que temos: que marcamos no calendário dias especiais e teremos que agir em conformidade.
Seja por questões políticas, seja por questões religiosos, seja porque alguém naquele dia levou a primeira de muitas palmadas da vida. Marcamos o dia e teremos que o celebrar, agindo em conformidade.
Pese embora aquilo que sou ser também fruto da sociedade e cultura em que me insiro, as mais das vezes tento não me preocupar muito com as datas. Reajo em função daquilo que é feito nessas datas para o celebrar e não à data propriamente dita. Ou, se tenho outras prioridades, o calendário perde de todo a sua importância.
Foi o caso desta fotografia.
Gosto de fotografar a Lua e o ambiente na Terra com ela no céu. Não o tenho por coisa fácil, já que os contrastes de luz são violentos, a questão das escalas também e as perspectivas nem sempre são fáceis de definir com antecipação. Ou eu não tenho paciência para os ir investigar.
Este era o dia de véspera de Lua-Cheia. Tenho-o como sendo o melhor para fazer o que gosto: ela sobe no horizonte ainda antes de o sol se pôr, em oposição de quadrante, o que me permite ainda ter alguma luz solar no solo para que este seja perceptível e a Lua já lá em cima.
A opção foi um conhecido miradoiro em Lisboa, mais ou menos virado para Leste e, apesar de ser a noite que era e de estar frio, as condições atmosféricas estavam simpáticas e fui.
O resultado foi este, que não era o que queria: o ponto de subida da Lua estava tapado pelo casario e tive que esperar um bom bocado até que alguma coisa de jeito fosse fotografável.
Interessante, enquanto esperava, foi o ver que o local, apesar de conhecido e bastante frequentado, estava quase deserto. Fazia sentido, considerando a data. Apenas dois casais de namorados, adolescentes, faziam aquilo que os casais de namorados fazem em noites límpidas ou quase e com a Lua lá em cima. A minha presença não foi o que eles mais gostaram, mas o que eu fazia, junto com o meu visual, lá acabou por quebrar o gelo e estivemos ainda um nico à conversa. Com umas fotos que lhes fiz nos entretantos, que nos idos de 2007 não eram tão comum assim os dispositivos para as malditas selfies, e que lhes enviei depois.
A data? Uma véspera de Natal, que fez com que ficássemos de olho nos céus, na vã esperança de conseguir ver um outro barbudo num trenó puxado por renas. Não o vimos.

Nota técnica adicional: Esta foi uma das minhas primeiras brincadeiras nocturnas com a minha primeira DSLR, uma Pentax K100d, que muitos consideram já obsoleta mas que ainda está ali p’ras curvas. 

By me

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