sexta-feira, 29 de maio de 2015

Argumentos





Continuo a achar que o país é gerido por entidades privadas!
Poderão não ter como objectivo o “lucro” económico, mas são entidades privadas.
O acesso à Assembleia da República, onde são feitas as leis e fiscalizada a acção governativa, é limitado a partidos políticos.
Os cidadãos votam em partidos e nas respectivas listas de candidatos aos cargos.
As listas de candidatos ao cargo são definidas pelos partidos políticos e respectivas direcções, quer nacionais quer locais.
E as listas dos partidos dos partidos são compostas por membros dos partidos ou por quem a eles se submeta.
Mas só tem acessos a integrar as listas ou mesmo o partido quem por ele for aceite. Só se é membro de um partido se o partido aceitar. Acesso reservado, como aquela placa que dantes existia em alguns estabelecimentos comerciais.
Por outras palavras, só tem possibilidade de redigir e fazer aprovar leis ou fiscalizar a acção governativa quem for aceite numa organização cujo acesso é condicionado.
O cidadão comum, que não for aceite num partido, não pode decidir do que acontece no país e das suas normas e leis, excepto aceitar o que for decidido por grupos cujo acesso é condicionado. Entidades privadas.
E as entidades privadas, porque o são, relacionam-se com o que lhe é externo como entendem, justificando ou não e sua actividade se e quando decidirem.

O conceito de democracia representativa partidária é a antítese da liberdade individual, uma forma suave e ilusória de governação corporativa e de interesses privados.

Infelizmente, não vejo no sistema vigente (tanto nas instituições implantadas como nas emergentes) vontade de alterar o rumo. Bem pelo contrário.
Pese embora o que vai sendo alardeado pelas novas organizações, o corporativismo político está bem e recomenda-se, com minúsculas lutas intestinas que têm por objectivo muito pouco mais que a mudança de protagonistas, não de argumento.
E enquanto não for mudado o argumento…

By me

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