sexta-feira, 1 de maio de 2015

À moda antiga





Explicava eu a um profissional o meu pensamento quando confrontado com um espaço e ter que lhe colocar e trabalhar luz para fotografar.
Para além das ambiências, e para além do que nesse espaço aconteça, a primeira coisa em que penso é “de onde vem a luz?”
Pode ser imaginado um candeeiro, uma janela, uma porta, qualquer coisa. Mas defino esse eixo principal, essa origem primordial.
Tudo o resto que possa usar, de coisa nenhuma a muita coisa, servirá apenas para controlar contrastes, modelar sombras e permitir que esteja visível o é que suposto ver-se.
Indo um pouco mais longe, e se nada impuser o contrário, gosto de imaginar que a luz vem do lado de lá. Faz sentido, por exemplo, se se pensar que, ao entrar-se numa divisão de uma casa, por exemplo, ficamos de frente para a janela. E que precisaremos de acender uma luz se o interior for escuro, mas sempre com níveis menores que os do sol.
Claro que há inúmeras outras situações em que isto não se aplica e em que fazê-lo só por fazer é um erro ou resulta em menos bom.
Mas este é o meu primeiro raciocínio.
Ouvi como resposta qualquer coisa como:
“Oh pah! Mas isso é uma abordagem mesmo clássica. Muito clássica mesmo!”

Apesar de nada ter respondido, tive alguma pena dele.
Em parte alguma consta que o clássico é errado.
Em parte alguma consta que só o moderno e a novidade tem valor.
E onde quer que isso possa constar é coisa que não quero conhecer.
Que o que importa, do meu ponto de vista, não é o classicismo ou a modernidade!
O que me importa é que aquilo que faço satisfaça a minha necessidade criativa, eventualmente que quem o vê goste e que o meu próprio investimento na inovação me satisfaça.
E eu gosto de usar a luz, em situações naturais ou simulando o serem naturais, de acordo com o que os meus olhos da cara e da alma vêem.
Mas talvez eu seja míope e tenha uma alma pequena. 

By me

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