quinta-feira, 28 de maio de 2015

Sniper



Havia uma senhora, noutros tempos e noutras vivências, com uma muito forte conotação politico-partidária, que quando me via na sua secretaria com alguma das minhas reclamações, sugestões ou discursos mais inflamados, tinha uma frase sacro-santa:
“Lá está o professor JC com o seu feitiozinho soviético”.
Nunca lho levei a mal. Era difícil levar a mal alguma coisa daquela senhora, até porque raramente fazia algo por mal.
E, se outro motivo não houvesse, ela tinha razão. Eu tenho um feitiozinho soviético.
Soviético, Malaio, Hondurenho, Zairense, Tuga, o que lhe quiserem chamar.
Agora uma coisa eu garanto:
Quando me chamam para engrossar fileiras e eu vou e acabo por ouvir e sentir um “nós e vocês”, é garantido que surge um terceiro grupo: os que estão fora.
E se não tiver mais ninguém, eu serei o presidente, o secretário geral, o presidente da assembleia-geral e farei quórum sozinho nas reuniões plenárias.
A dona Alice tinha razão: tenho um feitiozinho soviético!


By me

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