segunda-feira, 11 de maio de 2015

Contextos





Vou tentar reproduzir de cor um pedaço de um dos ensaios de Karl Popper. E ele que me perdoe pela falta de exactidão na citação.

Algures na antiguidade, um rei (seria imperador?) decidiu que o seu país necessitava de um salto qualitativo no que a artes e ciências dizia respeito.
E a sua opção terá sido, no mínimo, estranha.
Convidou sábios e artistas de outros pontos do mundo de então, sem nada, nada mesmo em comum entre si ou com os do país que convidava. Nem mesmo a língua era comum.
No entanto, e a partir deste estratagema, coisas novas (ideias, projectos, obras) surgiram. Realmente novas.
O motivo? Simples!
Ao não possuírem coisas em comum que não fosse a vontade de criar, não estavam imbuídos de contextos e pré-requisitos formativos ou imperativos.
E a partir de ideias e culturas completamente distintas, foi possível criar, inovar, fazer diferente.

Não garanto a citação, mas a ideia geral é esta.
O mesmo precisamos hoje! Nas artes, nas ciências e, principalmente, na organização da sociedade.
Não partirmos de conceitos e contextos comuns, velhos e gastos mas antes juntarmos opiniões quiçá discordantes à partida, para criar algo de diferente, sólido e viável.
Quando não, continuaremos nos mais que conhecidos círculos viciosos de poder e de sistema. E, pior ainda, continuaremos a incorrer nos mesmos erros, de dia para dia agravados, numa tentativa absurda de obter diferente fazendo o mesmo.

By me

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