Todos os dias passo por estas plantas. Na altura certa estão floridas, o que é uma alegria de ver.
E é tanto mais alegre quanto constato que se trata de uma planta que se sabe proteger, fechando as suas flores se estiver de noite ou de chuva.
É todo um canteiro, bem arranjado, que assim me saúda à passagem.
Mas uma das coisas que me agrada neste canteiro e nesta plantinha é que, volta e meia, está apenas uma flor visível. De todas as outras – e chegam a ser muitas dezenas – nem restos nem ameaças. Apenas uma, voltada para o céu de dia e com bom tempo, fechada em cone de noite ou se a estão a regar ou de chuva.
Não sei de botânica o suficiente para dizer se está adiantada se atrasada.
Mas gosto de imaginar que esta planta é uma livre pensadora que floresce quando lhe apetece, indiferente às leis da natureza ou ao código genético que lhe foi imposto. E numa sociedade repleta de códigos, regras e imposições, ver esta florzinha assim comportar-se deixa-me alguma esperança no futuro.
Texto e imagem: by me
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