terça-feira, 14 de maio de 2013

Desnorte




É um daqueles fenómenos curiosos.
O trajecto do comboio que, diariamente, me transporta de casa para o trabalho, ou o inverso, é de vários quilómetros. E faz uma longa curva em “U”, terminando numa posição inversa, de quase 180º, em relação à origem.
Interessante mesmo é a sensação de “desorientação” que se sente se, entre a origem e o destino, se estiver concentrado em qualquer coisa que não o exterior: leitura, escrita, mesmo um passar p’las brasas.
Em desembarcando, a notória mudança de posição do sol e respectivas sombras fazem com que, por instantes, tudo pareça trocado, invertido.
Entre outros motivos, porque só estamos habituados a sentir estas mudanças bruscas com uma noite de permeio, o que não é o caso.
E se isto sucede comum passageiro frequente, diário mesmo, imagino o que acontecerá, em termos de orientação, a um forasteiro assim apanhado no perder o norte.

By me 

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