quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Noite fria




A noite está fria. Facto completamente vazio de novidade.
Fria a ponto de se prever que possa nevar em Sintra, coisa rara.
Fria a ponto de os poucos que caminham p’la cidade o fazerem rapidamente para aquecer os pés e fugir da friagem.
Fria a ponto de não se ver vivalma no acesso superior da estação do Rossio p’las nove e pouco da noite.
A noite está fria. Ponto.
No entanto, e p’la leitura que fiz dos jornais diários on-line, não encontrei referencia alguma a medidas extraordinárias de apoio a sem-abrigo na cidade.
Nem referências a iniciativas municipais, nem referências a iniciativas de ONGs, nem referências a aberturas ocasionais de estações de Metro ou ferroviárias para os acolher, nada.
Não sei se as boas-vontades se esgotaram com os sem-emprego, se há intenção de extinguir esta classe de cidadãos que ensombram o apelo ao turismo, se os que costumam fazer estes actos de solidariedade decidiram fazê-lo sem alarido. Esta última opção parece-me muito pouco provável, já que estamos a aproximarmo-nos de eleições e estes gestos contam votos.
Sorte, mas sorte mesmo para os que se cobrirão de cartões e pouco mais, é não estar vento mas tão só uma ligeira aragem.
Esperemos que a “contagem” matinal seja idêntica à do anoitecer.

By me

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