quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Trocas urbanas




Eu sei que sou matreiro. Mas também sou um nico acanhado, quando se trata de pedir para fazer uma fotografia.
Assim, aproveito quando a ocasião se apresenta para trazer mais um troféu.
Eram dois, ele e ela, que por ali andavam meio desesperados, a tentar que lhes dessem um cigarro.
Enquanto fumava o meu e matava tempo até ao meu comboio, ia vendo as suas manobras, fazendo apostas comigo mesmo sobre qual deles me abordaria. Foi ela.
E ao seu “Dá-me um cigarro, por favor?” retorqui: “Dou. Mas peço algo em troca.”
O seu ar de espanto era previsível e, antes que perguntasse que queria eu, disse-lhe que queria fazer-lhe uma fotografia. Hesitou e aceitou.
Enquanto tirava a cigarreira do bolso e a abria para que tirasse um, ia pensando como abordar a situação: já era de noite, a minha câmara de bolso não se dá muito bem com autofocos em muito próximo e com pouca luz… Seria difícil fotografar só os olhos, como gosto.
Optei por um retrato mais clássico, com flash e tudo, uma “vertical” como raramente faço.
Em a fazendo eu e mostrando-lha, chamou ela o amigo para que a visse também. Não gostou, disse-mo, do seu nariz, mas que era problema dela. E, pensei eu, o flash na câmara – que odeio – também não ajudou.

Seguiram eles p’las escadinhas do Duque acima, bem mais mal agasalhados que o recomendado, e fiquei eu à espera de embarcar rumo a casa.
Fica o registo: Patrícia de seu nome, que fez questão de corrigir o amigo e não me dar o seu “nome de guerra”.

By me

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