segunda-feira, 19 de maio de 2008

Just for the fun - Young street dancer


Fim da tarde em Lisboa. O tempo não tinha estado grande coisa e tinha vindo para a cidade de nariz no ar, sem me preocupar com coisa alguma em particular. Os registos seriam “ao correr da pena”, se valessem o “gastar da tinta”.
Em pleno Rossio, dou com um grupo de rapazes e raparigas, ao som de um toca CD’s de pilhas, a dançarem e a repetirem a coreografia por diversas vezes. E, no meio deles, um com uma pequena câmara de vídeo, a gravar, tendo por fundo o chafariz que funciona. Nada comum e justificava o “gastar da tinta”.
Sentei-me no chão, entre outros curiosos que por ali estavam, e fui fotografando o que podia, que a luz e os ângulos não eram dos melhores para mim.
Numa pausa, para mudarem o DVD da câmara e a respectiva bateria, um deles (que não este) veio directo a mim. Sem hesitações. E disse-me, após a saudação:
Você é operador de câmara de televisão, não é?
Fiquei de boca aberta, já que nada do meu aspecto o denunciava nem me recordava dele por lá, pelos estúdios.
É verdade, sim. E como é que o sabe?
E recordou-me então. Tinha, há uns meses, andado no jardim da Estrela, com uma colega de curso, a fazer um trabalho de vídeo com entrevistas de rua e eu tinha sido uma das “vítimas”. O tema era uma música dita “marginal”, como aquela que os estava a acompanhar nesse momento, e tínhamos trocado umas opiniões sobre métodos de trabalho. Já nem me lembrava de todo!
E voltou para o grupo, aproveitando o resto de luz que ainda ia havendo, seguindo as indicações, junto com os demais, do operador-realizador.

Por mim, a “coisa” não estava a dar, pelo que “fechei a loja” e fui à procura de outros assuntos que justificassem o “gastar a tinta”. E, já agora, onde pudesse fotografar com algum anonimato, o que já vai sendo difícil, nos tempos que correm. Suspeito que há mais gente a passar pelo Jardim da Estrela do que eu previa.

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