Nada tenho contra os migrantes. São tão bons ou tão maus como quaisquer outros e a única coisa que os diferencia dos demais é o seu desenraizamento. Procuram noutras terras que não as suas uma eventual melhoria de vida, para ficarem ou para amealharem e regressarem.
Nós por cá já fomos fornecedores de mão de obra barata um pouco por todo o mundo – Europas, Américas, Oceanias… Ao que parece, e apesar de acharmos que a vida aqui não é grande coisa, ainda assim consegue ser um semi-paraíso para aqueles que têm, por lá, piores condições. Quer se trate de segurança ou mesmo o simples acto de comer.
E vamo-los vendo, em tudo quanto é sítio, nas mais diversas ocupações e com as mais díspares origens. Comum mesmo é ver eles e elas no comércio, na restauração, na construção, trabalhos em regra mal pagos e com um futuro incerto, bem “aproveitados” por empregadores não muito escrupulosos. E já não estranhamos se entramos num restaurante italiano e ouvimos falar com sotaque de Vera Cruz, ou se entramos para comprar uma revista e vemos do outro lado alguém a ler em cirilico. Para já não falarmos nos andaimes, que mais parecem conferencias da Nações Unidas.
Ainda assim, consigo ser surpreendido com algumas discrepâncias:
Num quiosque de uma zona turística por excelência (o castelo da Lisboa) quem me serve a bica e a amêndoa amarga tem tez e sotaque que em nada se relaciona com terras lusas.
Num restaurante chamado “Sabores de Lisboa”, todos os que ali trabalham são nados e criados algures do outro lado do atlântico;
Mas o que me faz mesmo sorrir, ou nem isso, é que os calceteiros que estão a recuperar o jardim da Estrela (alvo de intervenções de fundo) são todos de origem brasileira. E não nos enganemos: o que estão a fazer é a colocação da chamada “calçada portuguesa”. E posso garantir que o que vi fazer é mesmo bem feito e, aparentemente, duradouro. Estes poucos que ali vi de cócoras, em regressando ao seu país de origem, levam um conhecimento que, ao que sei, é muito bem pago, assim haja quem o queira aplicar.
Salvou-me o dia dos migrantes em actividades Lusas, o almoço.
No centro da cidade, numa zona onde os passantes são “atacados” pelos angariadores de comensais, o Restaurante “João do Grão” mantém os mesmos empregados faz muitos anos. E mantém igualmente a ementa tradicional, contra ventos e marés.
É ali sempre possível encontrar o bem nosso Bacalhau com Grão ou, para quem quiser, uma dose individual de grão de bico. Como optei por estas iscas, não tive coragem de lhes pedir o petisco.
Mas não perdem pela demora. Da próxima vez que for ali para os lados da rua dos Correeiros, junto à praça da Figueira, lá estarei. Para uma meia desfeita, umas iscas, um cozido, se for dia disso, ou qualquer outro prato cá dos nossos.
Nós por cá já fomos fornecedores de mão de obra barata um pouco por todo o mundo – Europas, Américas, Oceanias… Ao que parece, e apesar de acharmos que a vida aqui não é grande coisa, ainda assim consegue ser um semi-paraíso para aqueles que têm, por lá, piores condições. Quer se trate de segurança ou mesmo o simples acto de comer.
E vamo-los vendo, em tudo quanto é sítio, nas mais diversas ocupações e com as mais díspares origens. Comum mesmo é ver eles e elas no comércio, na restauração, na construção, trabalhos em regra mal pagos e com um futuro incerto, bem “aproveitados” por empregadores não muito escrupulosos. E já não estranhamos se entramos num restaurante italiano e ouvimos falar com sotaque de Vera Cruz, ou se entramos para comprar uma revista e vemos do outro lado alguém a ler em cirilico. Para já não falarmos nos andaimes, que mais parecem conferencias da Nações Unidas.
Ainda assim, consigo ser surpreendido com algumas discrepâncias:
Num quiosque de uma zona turística por excelência (o castelo da Lisboa) quem me serve a bica e a amêndoa amarga tem tez e sotaque que em nada se relaciona com terras lusas.
Num restaurante chamado “Sabores de Lisboa”, todos os que ali trabalham são nados e criados algures do outro lado do atlântico;
Mas o que me faz mesmo sorrir, ou nem isso, é que os calceteiros que estão a recuperar o jardim da Estrela (alvo de intervenções de fundo) são todos de origem brasileira. E não nos enganemos: o que estão a fazer é a colocação da chamada “calçada portuguesa”. E posso garantir que o que vi fazer é mesmo bem feito e, aparentemente, duradouro. Estes poucos que ali vi de cócoras, em regressando ao seu país de origem, levam um conhecimento que, ao que sei, é muito bem pago, assim haja quem o queira aplicar.
Salvou-me o dia dos migrantes em actividades Lusas, o almoço.
No centro da cidade, numa zona onde os passantes são “atacados” pelos angariadores de comensais, o Restaurante “João do Grão” mantém os mesmos empregados faz muitos anos. E mantém igualmente a ementa tradicional, contra ventos e marés.
É ali sempre possível encontrar o bem nosso Bacalhau com Grão ou, para quem quiser, uma dose individual de grão de bico. Como optei por estas iscas, não tive coragem de lhes pedir o petisco.
Mas não perdem pela demora. Da próxima vez que for ali para os lados da rua dos Correeiros, junto à praça da Figueira, lá estarei. Para uma meia desfeita, umas iscas, um cozido, se for dia disso, ou qualquer outro prato cá dos nossos.
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