Estive lá, na manifestação de professores.
Não como manifestante, que não sou professor de carreira ou mesmo a tempo inteiro.
Mas quis registar o que sabia ser algo de memorável. Fotografando.
E, ao contrário da minha abordagem fotográfica habitual, não quis fazer pormenores. Teria que fazer uns 100.000 pormenores para mostrar aquela mol de gente que ali esteve. E não sei de nenhum suporte fotográfico que aguente esse trabalho numa só tarde.
Por isso, a minha abordagem foi a de conjuntos, muitos conjuntos, tentando com eles mostrar aquele conjunto enorme. Tecnicamente falhei, devido a um erro crasso da minha parte, mas fica-me de lição: não testar algo em situações importantes!
Além do mais, tenho pudor de fotografar anónimos na rua, sem que haja algum tipo de cumplicidade entre fotografado e fotógrafo. Nem que seja um olhar de reconhecimento do que sucede.
Foi por tudo isto que não fiz aquela que seria, talvez, a mais significativa fotografia da tarde.
Marchava como os outros, fazendo ouvir a sua voz como os demais. Não levava nenhum cartaz, faixa ou balão. Que uma das suas mãos ia apoiada no braço de senhora que ia a seu lado. E, na outra, uma cana ou bengala de cego.
No meio de uma multidão de protestantes, fotografar um cego é mais do que o meu pudor ou ética consegue suportar.
Fica-me na memória a sua imagem. Bem como uma dúvida e uma certeza:
Até que ponto aquele homem se sentiu ultrajado, agredido e coertado para ter querido ir no meio de uma multidão daquelas protestar?
A alegria que terá sentido por, sabendo-se limitado, poder lá ter estado!
A sua fotografia, não a fiz. Mas aqui deixo o meu testemunho!
Não como manifestante, que não sou professor de carreira ou mesmo a tempo inteiro.
Mas quis registar o que sabia ser algo de memorável. Fotografando.
E, ao contrário da minha abordagem fotográfica habitual, não quis fazer pormenores. Teria que fazer uns 100.000 pormenores para mostrar aquela mol de gente que ali esteve. E não sei de nenhum suporte fotográfico que aguente esse trabalho numa só tarde.
Por isso, a minha abordagem foi a de conjuntos, muitos conjuntos, tentando com eles mostrar aquele conjunto enorme. Tecnicamente falhei, devido a um erro crasso da minha parte, mas fica-me de lição: não testar algo em situações importantes!
Além do mais, tenho pudor de fotografar anónimos na rua, sem que haja algum tipo de cumplicidade entre fotografado e fotógrafo. Nem que seja um olhar de reconhecimento do que sucede.
Foi por tudo isto que não fiz aquela que seria, talvez, a mais significativa fotografia da tarde.
Marchava como os outros, fazendo ouvir a sua voz como os demais. Não levava nenhum cartaz, faixa ou balão. Que uma das suas mãos ia apoiada no braço de senhora que ia a seu lado. E, na outra, uma cana ou bengala de cego.
No meio de uma multidão de protestantes, fotografar um cego é mais do que o meu pudor ou ética consegue suportar.
Fica-me na memória a sua imagem. Bem como uma dúvida e uma certeza:
Até que ponto aquele homem se sentiu ultrajado, agredido e coertado para ter querido ir no meio de uma multidão daquelas protestar?
A alegria que terá sentido por, sabendo-se limitado, poder lá ter estado!
A sua fotografia, não a fiz. Mas aqui deixo o meu testemunho!
1 comentário:
Interessantes algumas fotografias no Abrupto:
http://www.abrupto.blogspot.com/
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