A história não é simples e começou faz tempo.
Fruto de acordo entre empregador e empregados, foi criado um seguro de vida e de incapacidade. Pago pelo primeiro a uma companhia de seguros.
Acontece que, para que ele funcione em pleno, devem os segundos preencher uma ficha com inúmeros dados pessoais, desde a identificação de herdeiros até ao historial clínico, recuando um bom pedaço no tempo.
Pois esta ficha tem que ser preenchida na empresa, passando por uma série de canais internos até ser enviada à companhia de seguros.
Indo mais longe, sendo o empregador o tomador do seguro, tem ele acesso a todos os dados que a ele dizem respeito, estas fichas incluídas.
Acontece que eu entendo que não tenho que dar à empresa onde trabalho todas estas informações pessoais, desde quem são ou serão os meus herdeiros até à minha história clínica. São dados da minha vida privada, que a mim dizem respeito e que não devem constar numa qualquer base de dados acessível por um qualquer director deste ou daquele departamento. A vida privada não pode nem deve estar ao alcance de qualquer um, objecto da devassa que este entender.
Esta minha posição sobre esta base de dados privada e incontrolável estende-se a todas as bases de dados que vão sendo criadas, ao “Big Brother” moderno que a todos vigia e controla.
Nada ou quase nada tenho a esconder, ou pelo menos nada mais tenho a esconder que o comum do cidadão. Mas entendo que privacidade é isso mesmo: privado.
Enquanto puder, ou para além disso, direi NÃO! ao alimentar da vigilância ou supervisão do individuo pela sociedade.
E se esta minha negação implicar a clandestinidade ou a marginalidade social, bem… “Não há almoços de borla”!
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