sábado, 9 de fevereiro de 2008

Radicalismos


Não! Não é uma obsessão da minha parte!
Acontece apenas que é um assunto que me toca de perto, pelo que o que he diz respeito me alerta.


Supermercado cá do bairro. Contém o supermercado propriamente dito, uma loja de electrodomésticos e electrónica de consumo, um pronto-a-vestir, um sapateiro rápido, uma florista, uma lavandaria, uma cafetaria e um quiosque de tabacos e revistas. O normal.
Frequento o último de cada vez que ali vou, já que é dos poucos que vende o tabaco que eu consumo.
E, desta vez, fui surpreendido com os cartazes publicitários pudicamente tapados, como ilustra a imagem. Curioso com a situação, questionei quem estava ao balcão, que me esclareceu.

Terá sido informada pela Tabaqueira – quem lhe fornece o tabaco – que não poderia ter ali, mesmo por cima dos cigarros, tabaco de enrolar e de cachimbo, publicidade ao que vendia. Que seria objecto de pesada multa por parte da mal-afamada ASAE e que teria que os retirar ou cobrir. E que eles, os da Tabaqueira, lhe forneceriam novos cartazes, estes conformes com a legislação em vigor.
Não soube a senhora informar-me de que legislação se tratava nem do seu conteúdo. Mas ficámos os dois à conversa sobre o absurdo da situação.
Pois se numa loja de tabacos não se pode publicitar o que se vende, como se pode esperar que o negócio corra de feição?
A menos que o objectivo seja o impedir o seu consumo pela desistência por parte dos negociantes. Pelo menos dos formais e registados, que este tipo de impedimentos apenas irá favorecer o surgimento dos clandestinos que ignorarão os limites legais de idade, os teores de nicotina ou alcatrão ou mesmo ficarão à margem do pagamento de impostos.
Radicalismos aparte, parece-me que alguém está a exagerar a situação.

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