segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Da ética e da credibilidade



Há um ano, talvez dois, aconteceu uma visita de estudo juvenil lá onde trabalho. Mais uma das muitas que sucedem.
Ainda que não seja nada comigo directamente, se estou por perto e com tempo livre, vou fazendo as honras à casa, descrevendo os equipamentos, métodos de trabalho e, se a ocasião é propícia, ainda acompanho a catraiada no manobrar de uma das câmaras. Sempre levam algo mais para recordar que apenas o visto e o ouvido.
E dou-lhes ainda uns dedos de conversa extra, com histórias ou estorietas que se ajustem às suas idades, por entre as respostas que vou dando às perguntas que me vão fazendo.
Pois desta vez, daquele grupo vindo já não sei de onde e estudando no 9º ano, salientou-se uma pergunta entre muitas:


Como é que sabem que as notícias que contam são verdadeiras?


Caramba! Aquele catraio em meia dúzia de palavras tocou num dos pontos mais sensíveis para quem faz daquilo ofício: A credibilidade do que é veiculado!
Lá lhe respondi como pude, fazendo analogias à sua própria vivência juvenil. E tentei dourar a pílula, falando sobre uma das regras de ouro da informação: o confirmar a notícia! Quer junto de fontes alternativas, que junto dos intervenientes nos factos, quer usando do contraditório, ou seja, ouvir a parte contrária, se a houver.
Lamentavelmente, este “Dourar a pílula” levou muita “Purpurina”! Porque este principio básico é muitas vezes ignorado ou convenientemente esquecido.
Na sofreguidão de ser o primeiro a difundi-la, de surpreender o público espectador, ouvinte ou leitor, muitas vezes se faz táboa-rasa de princípios fundamentais do ofício de informar. Por vezes mesmo atropelos!

Vem tudo isto a propósito de um artigo de página inteira publicado no passado Domingo no jornal “Público”. É assinado por Joaquim Vieira, provedor do leitor e, para quem se interesse sobre informação no geral e a usada pelas actuais tecnologias de informação em particular, recomenda-se.
Aqui o deixo, deixando também a vós as conclusões a tirar dele. Que, naturalmente, são extensíveis a todos os media que não apenas a este jornal em particular.

O link aqui

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