domingo, 24 de fevereiro de 2008

Penhores


Ainda existem!
Discretas, como sempre foram, vivem das aflições do próximo emprestado sobre valores.
Curioso mesmo é ser uma actividade que se vai extinguindo lentamente. E por vários motivos, suponho eu.
A electrónica de consumo, os valores em alternativa aos ouros e pedrarias, já pouco valor hoje têm, que se compram novos quase que por tuta e meia nas grandes superfícies.
Quem tem momentos de mais desafogo não investe em metais preciosos ou jóias, seguindo a moda de colocar o seu dinheiro em bolsa ou outras formas de especulação. Vão fazendo mal, que as doses de risco são elevadas e, pelo caminho, há “tubarões” a cortar a sua parte.
Despojados de objectos valiosos, os que necessitam de recorrer extraordinariamente a empréstimos vão a bancos (de balcão ou dos outros), trazendo umas notas de emergência deixando por penhor os seus já magros salários vindouros. No lugar de hipotecarem os bens que possuem, e porque não possuem nenhuns, hipotecam-se a si e aos seus.
Seja como for, empréstimos sobre rendimentos futuros ou contra a entrega de objectos, há sempre uns quantos a engordarem à custa da miséria de muitos.
E se uns são agiotas de bens, os outros são usurários de gentes.

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