domingo, 15 de abril de 2018

Porta




“Há governo? Sou contra!”
Esta frase esteve durante uns tempos e há bastante tempo afixada numa espécie mural apenas tolerado, multi-funcional e pseudolibertário lá onde trabalho.
Foi depois retirada, suponho que por alguém que se cansou de a ler ou porque alguém a descobriu ou ainda por alguém que se sentiu incomodado por algo que tentava acordar a sua consciência.
A questão de se ser contra um governo, seja ele qual for, nunca é o “ser-se do contra” por uma questão de estar na vida.
A existência de um governo é a materialização de uma tirania, mesmo que seja de maiorias sobre minorias. É a definição de uma hierarquia formal, em que uns mandam e os demais obedecem. É a presunção de que os seres humanos são uns pobres coitados, incapazes de tomar conta de si mesmos e que necessitam de um líder, qual pastor, para os conduzir a uma existência feliz e tranquila, em que a felicidade é definida pelos “pastores”. É o modo como alguns concretizam a sua ambição de poder, todo o poder, nada mais que poder, e bem para além das questões materiais.
Um governo, seja ele laboral, político ou religioso é a antítese da liberdade individual. E, consequentemente, a antítese da liberdade da espécie humana.
Portanto:
Há governo? Sou contra!



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