Hoje é o “Dia da Liberdade”.
Diz o calendário, dizem os jornais, dizem as pessoas. Nas
redes sociais, nas ruas, nos cafés. Alguns também o dizem em casa aos mais
novos.
No entanto, e tal como com outros “dias”, discordo deste “dia”.
A Liberdade não é coisa de um dia. Não é coisa para celebrar
ou recordar.
A Liberdade pratica-se, incentiva-se, exige-se. A cada
momento, a cada gesto e acto, consigo mesmo ou com os demais.
A Liberdade, conquistada em processo revolucionário, não é
algo que se restrinja a leis e normas. Os decretos podem formaliza-la mas
enquanto não estiver interiorizada por todos e cada um, mais não será um
conceito bonito mas distante.
Falamos na Liberdade de expressão. É uma ideia bonita mas
enquanto houver regras que impeçam que se fale sem autorização do ministério ou
do patrão, é uma utopia.
Falamos em Liberdade de informação, mas enquanto houver “critérios
editoriais” que censuram correntes de pensamento em benefício de outras, os
códigos deontológicos sobre liberdade valem tanto quanto o papel em que estão
impressos.
Falamos em Liberdade de circulação, mas enquanto cada
cidadão estiver a ser “vigiado” por câmaras e posicionamento dos dispositivos,
a Liberdade está condicionada pelas opções policiais e empresariais.
Falamos em Liberdade democrática, mas enquanto as decisões
estiverem confinadas a um “colégio” e não realmente de acordo com as opções dos
cidadãos, a liberdade está confinada a uma elite privilegiada.
Vivemos numa época de pseudo liberdade. E o que é pior é que
ela é doirada, aparentando sê-la e criando condições para que muitos desejem
que assim seja. Mesmo os que de Liberdade se encontram arredados.
Pior ainda, há quem argumente – e muitos concordem – que haverá
que ceder no campo das liberdades individuais em nome da segurança e da
economia.
Celebre-se o Dia da Liberdade!
Mas façam o favor de serem realmente livres e não acomodados
no conforto de sofás e tecnologias castrantes, numa modorra apática e
conformada.
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário