Não gosto de José Socrates.
Nem da sua atitude enquanto político, nem dos seus actos
enquanto membro do governo, nem do seu comportamento enquanto cidadão.
Tenho o desprazer de dizer que trabalhei com ele por diversas
vezes no decorrer da minha actividade profissional e tenho motivos de sobra
para não gostar dele.
Posto isto, em jeito de declaração de interesses prévia,
tenho que dizer que não gosto do que lhe está a ser feito por parte de alguns órgãos
de comunicação social.
Desde logo porque estão a divulgar aquilo que é suposto não
ser divulgado. E quem o faz afirma, sobranceiramente, que sabe não ser legal
mas que ainda assim tinha que ser feito. Ou, por outras palavras, que o que
fazem está acima da lei.
Em seguida a metodologia empregue, seleccionando parte das
imagens e sons, não permitindo ao público que o vê conhecer o todo e levando-o
a formar opinião moldada e manipulada.
Indo mais longe, este trabalho jornalístico quebra um
princípio básico tanto da ética jornalística como da lei: o contraditório. É
feita a acusação mas não é dada oportunidade igual à defesa de quem é acusado.
Tudo por junto, trata-se de um julgamento em praça pública,
fazendo tábua rasa de leis e códigos deontológicos. A metodologia usada tem por
objectivo, bem mais que a divulgação da verdade, a condenação do acusado
independentemente da verdade dos factos e do que os tribunais possam vir a
decidir.
Num estado de direito democrático todo o cidadão tem o
direito a se defender, em condições de igualdade, das acusações que lhe sejam
feitas. E isto, princípio básico, está a ser negado a José Socrates. De quem eu
não gosto.
O jornalismo, televisivo ou outro, está a ser denegrido com
este caso, perdendo a credibilidade e a isenção que tem que possuir.
Contornar, distorcer ou ignorar leis e códigos é aquilo de
que são acusados políticos corruptos e criminosos. Que condenamos.
É o que está a ser feito por parte de alguns jornalistas!
By me
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