Esta é a fotografia que ganhou o prémio World Press Photo em
1968.
Feita durante a guerra do Vietnam, por Eddie Adams, mostra-nos
o momento da execução de um prisioneiro por um general sul vietnamita.
Ainda hoje, 50 anos depois, as fotografias premiadas neste
certame são principalmente imagens deste género: violência, guerra, agressões,
desgraças.
Como se o mundo da fotografia de imprensa se reduzisse a
isto.
A fotografia pode e deve ser usada para denunciar o que entendemos
de errado no mundo. Mas essa não é – não pode ser – a sua única função.
Um concurso que privilegie este género de fotografias não
merece, do meu ponto de vista, a divulgação que tem. Nem a adesão massiva do
público.
Não ponho em causa a qualidade das imagens: nem o “momento
decisivo”, nem a técnica, nem a estética.
São os conteúdos, as opções dos candidatos e do júri que me
revoltam enquanto fotógrafo e consumidor de fotografia.
Enquanto assim for, continuarei a não contribuir com a minha
presença para engrossar as estatísticas e os lucros dessas exposições. E a
recomendar aos demais que façam o mesmo.
Como agora.
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