quarta-feira, 25 de abril de 2018

Liberdade




Já contei isto diversas vezes, mas é daqueles episódios que me marcaram profundamente.

Málaga, 1982.
Estava lá em trabalho e aproveitava os poucos momentos livres para fazer algum turismo. Numa manhã fui visitar a Alcazaba, uma fortaleza e palácio, monumento importante na zona e na península Ibérica.
O local estava quase vazio e acabei por estar de conversa com um argentino, da minha idade, que estava de passeio pela europa após ter terminado o curso de medicina.
Poucas semanas antes tinha acontecido a guerra das Malvinas, que opôs a Argentina ao Reino Unido pela posse de ilha, no sul do Atlântico. E, naturalmente, a informação que nos chegava, a Portugal, era o ponto de vista britânico, pelo que não perdi a oportunidade de saber o que por lá se passava visto por um argentino.
E, no meio da conversa, perguntei-lhe se por lá havia liberdade ou seria uma ditadura como nos contavam. A resposta deixou-me varado:
“Claro que somos livres! Podemos sair à noite e tudo.”
Foi nesse dia que tive a verdadeira noção de como o conceito de liberdade pode variar em função dos sonhos e vivências de cada um, individuo ou povo.



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