Já contei isto diversas vezes, mas é daqueles episódios que
me marcaram profundamente.
Málaga, 1982.
Estava lá em trabalho e aproveitava os poucos momentos
livres para fazer algum turismo. Numa manhã fui visitar a Alcazaba, uma
fortaleza e palácio, monumento importante na zona e na península Ibérica.
O local estava quase vazio e acabei por estar de conversa
com um argentino, da minha idade, que estava de passeio pela europa após ter
terminado o curso de medicina.
Poucas semanas antes tinha acontecido a guerra das Malvinas,
que opôs a Argentina ao Reino Unido pela posse de ilha, no sul do Atlântico. E,
naturalmente, a informação que nos chegava, a Portugal, era o ponto de vista
britânico, pelo que não perdi a oportunidade de saber o que por lá se passava
visto por um argentino.
E, no meio da conversa, perguntei-lhe se por lá havia
liberdade ou seria uma ditadura como nos contavam. A resposta deixou-me varado:
“Claro que somos livres! Podemos sair à noite e tudo.”
Foi nesse dia que tive a verdadeira noção de como o conceito
de liberdade pode variar em função dos sonhos e vivências de cada um, individuo
ou povo.
By me
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