Há muito, muito
tempo, numa terra muito, muito longe, o sr. Pilim e a srª Narta tiveram um
filho. Carinhosamente deram-lhe o nome de Dinheirinho.
Sabendo do
acontecimento e exultantes com a boa nova, de imediato três magos de reinos
distantes se dispuseram a venerar e ofertar. Vinham eles do reino do Fisco, do
reino da Banca e do reino do Comércio.
Ajoelhando-se à
chegada, logo lhe entregaram o que traziam: um cartão de crédito, um cartão de
cliente e um cartão de contribuinte. E disseram-lhe:
“Aqui tendes as
nossas oferendas. Acreditamos que com elas sereis maior e mais poderoso.
Usai-as como entenderdes.”
E assim aconteceu:
o recém-nascido cresceu, a sua palavra e influência espalhou-se pelos quatro
cantos do mundo e tornou-se omnipotente, omnipresente e omnisciente.
Os magos, por sua
vez, deram graças pelo seu desenvolvimento e trataram de erguer, em tudo quanto
é lugar, templos de veneração: Repartições de Finanças, Instituições de Crédito
e Centros Comerciais.
E hoje, todos
acorrem aos locais de culto em datas como esta, fazendo as suas preces e doando
as suas oferendas, num ritual sempre acarinhado pelos sacerdotes.
Contada esta
fábula, tenho que ir ali ao balcão agradecer com uma oferenda este bolo e bica
e seguir depois para fazer uma promessa por uns cigarritos que gastarei. Alguém
aí tem lume?
By me
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