Encontrei-os, aos
três, no chão da rua: O tijolo, a pena e o vidro.
A quase bolinha
verde andou comigo no bolso durante umas semanas. Fui fantasiando sobre que
tipo de bijutaria seria, se de um colar, se de um anel ou mesmo se teria sido
uma aplicação de alguma peça de vestuário.
Um dia, numa pausa
de café, fui brincando com ela na mão e lembrei-me de a mostrar a quem estava
comigo e contar os meus devaneios. Logo fiquei desiludido! Contaram-me que não
passava de um pedaço de vidro polido, que se vende em sacos às dezenas, para
fazer o fundo de aquários. Nada mais prosaico.
A pena, dei com
ela no ar. Melhor dizendo, deu ela comigo, que veio trazida pelo vento, uma
manhã ia eu a caminho do café. Achei-lhe graça, de pequena e leve que era,
capaz de voar ou de fazer voar o seu original dono. Guardei-a com cuidado no
bolso do colete e, posteriormente, numa caixinha em casa.
O tijolo… bem o
tijolo é burro, ou seja, não possui buracos e é usado, por aqui, para forrar o
chão de um pequeno parque cá no bairro, já ressequido mas ainda usado pela
malta nova com as suas biclas e bolas. Este pedaço, em particular, estava
avulso, que alguns dos que por lá vão, por feitio ou por bebedeira, sempre se
vão encarregando de o ir destruindo aos poucos.
O que une tudo
isto? O ar, a água, a terra? Nada em particular que não seja o fogo do sol que
os iluminou enquanto os fotografei.
E, destes quatro
elementos, certo é que os que não são oriundos da mão humana são bem mais
bonitos. Como seria de esperar
By me
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