O
jornal diz que foi às seis horas e quatro minutos. Nem me dei ao trabalho de o
confirmar. Nem num almanaque nem num site de ciência. Que nestas coisas da
astronomia e dos movimentos dos astros, planeta terra incluída, há muitas
certezas.
E
o que aconteceu nesta data e a esta hora foi o solstício de verão e, com ele, o
início do que chamamos de verão. Viva o verão, diriam alguns.
No
entanto, em fazendo uma simples observação do tempo, parece quase tudo que não
o verão: céu encoberto, algum vento com ar não quente, gente ainda usando
mangas compridas e um casaquinho de malha caso regressem a casa p’la noitinha… Talvez
que seja formalmente verão, mas não aqui nas nossas bandas.
Falta
acrescentar que este é o dia em que o número de horas de luz solar é maior que
qualquer outro. E que a sombra de um qualquer objecto é menor, aquando do
meio-dia solar.
Tudo
isto aprendemos na escola, primária no meu tempo.
Aquilo
que me faz realmente confusão é que este dia, tal como o solstício de Inverno e
os equinócios da primavera e do Outono, já eram celebrados aquando da pré-história.
E, antes que vá mais longe, saiba-se que por “pré-história” se entende todo o período
da existência da Terra anterior à invenção da escrita.
Ou
seja, mesmo antes da invenção da escrita, em que o conhecimento era passado de
boca em boca, em que a ciência não tinha registos, em que a esperança de vida
de cada individuo era bem diminuta, em que não havia como contar a passagem
tempo e em que haveria dias como o de hoje em que o sol não está visível, já
estas datas eram vitais para o Homem. Importantes a ponto de, e usando apenas da
tecnologia resultante do esforço braçal, se deram ao trabalho de erguer
monumentos compostos de penedos enormes, celebrando e marcando com isso o
movimento do sol nos céu. E a morte e renascimento. Os ciclos naturais, não explicáveis
então, mas que se perpetuam para aquém e para além da mera existência do ser
humano no planeta.
É
por isto que eu, Acrata e Agnóstico, entendo que a data de hoje, tal como as
restantes três, deveriam ser os únicos feriados do ano. Seja qual for o
continente ou hemisfério. Tão global quanto o próprio globo.
Que
os demais feriados mais não fazem que celebrar coisas feitas p’lo Homem, tão
duradoiras quanto ele mesmo.
By me
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