segunda-feira, 24 de junho de 2013

Ouvido



Oiço uma senhora jornalista, de um jornal diário lisboeta, afirmar na TV com uma certeza inabalável:
“A Democracia só se faz com partidos e numa democracia representativa os partidos são imprescindíveis.”

Ora se considerarmos que os partidos políticos são entidades privadas (só para lá entra quem é aceite pelos seus membros e não quem o quer) temos então que a Democracia depende de entidades privadas e não do Povo.
E sendo igualmente certo que quem faz as leis são os deputados e que estes só acedem ao Parlamento se pertencerem a listas de partidos políticos, temos que as leis deste país, supostamente feitas em Democracia, dependem de entidades privadas e não da vontade livre e inequívoca do Povo.
Indo mais longe: a gestão das coisas públicas (orçamentos, funcionalismo público, monumentos e património, justiça, saúde, segurança, defesa, educação…) depende de um governo, seleccionado a partir do Parlamento. E sendo este constituído por entidades privadas, são entidades privadas que gerem a coisa pública, bem à margem da vontade e decisão do Povo.

Razão tinha o Mestre, aviltado e exilado.  



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