Tal
como chegou o calor, também chegaram os protestos contra os “incómodos”
resultantes de uma greve que deverá abranger todos os sectores e todo o país.
Espero,
com todo a sinceridade, que estes que protestam não recorram ao Serviço
Nacional de Saúde. O tal serviço universal, que vem sendo destruído
paulatinamente, e que foi criado na sequência de muitos protestos e lutas.
Tal
como espero que estes que agora protestam reclamem igualmente por não
trabalharem dois dias por semana. Que a semana de 5 dias e 40 horas foi
conseguida depois de muitas lutas, protestos e mesmo vítimas mortais.
E,
já agora, espero que os vossos filhos se fiquem pela “quarta classe”. Que o
ensino básico de nove anos, universal e tendencialmente gratuito, tal como está
definido na Constituição, também foi conseguido fruto de lutas, protestos,
greves e confrontos.
E
não se esqueçam, estes e estas que agora protestam, que poderem as mulheres
votar foi conseguido depois de muitos protestos, confrontos e paralisações.
Violência, mesmo.
Falta,
talvez, acrescentar que estes que assim protestam podem fazê-lo porque alguns
outros protestaram e tudo arriscaram para que todos o pudessem fazer.
Saibam
também esses que o poder político dispõe de todas as ferramentas e armas para impor
os seus desígnios e vontades. Excepto o protesto e a paralisação, antes de os
cidadãos enviesarem pela via da violência.
By me
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