Só
para que conste, esta é a lua de Lisboa.
Também
brilha ao sol, também é redonda e também está no alto.
Mas
todos a pisam e, a menos que olhemos com atenção, ninguém dá por ela.
Encontra-se
no Largo do Carmo, mesmo em frente à porta principal do quartel-general da GNR,
local onde, simbolicamente, terminou a acção armada da Revolução de Abril e de
onde saiu, como prisioneiro, o então presidente do conselho de ministros,
Marcelo Caetano.
Comandava
as forças aqui em cerco o Capitão Salgueiro Maia, que já tinha enfrentado
forças blindadas de combate no Terreiro do Paço.
Foi
um dos que, tendo tido papel mais que importante neste acto e nas questões políticas
que lhe deram origem, não quis a ribalta, não quis o estrelato e que, acabada a
intervenção militar, se retirou para quartel, deixando o poder e a glória a
outros.
É
um dos heróis dessa data e tenho o privilégio de morar numa rua com o seu nome.
Mas
é a vergonha da cidade que a este homem tenham feito este monumento, bem mais
discreto que ele mesmo, passando desapercebido aos olhos e sob os pés de todos
quantos aqui passam.
A
lua cheia acontece a cada 28 dias (reparem que a semana tem sete dias, o valor
exacto de cada quarto de lua).
É
ela objecto de todas as objectivas e do olhar encantado dos enamorados.
A
lua de Lisboa é única e desta forma, para vexame nosso e de Jorge Sampaio, na
data da inauguração Presidente da Câmara da cidade.
By me
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