A
vida é composta de possibilidades, oportunidades e impossibilidades.
Destas
últimas, uma das que me atormenta acontece com estas bagas. De que não sei o
nome.
É-me
impossível olhar para elas, pintando com as suas cores mais amareladas ou
avermelhadas alguns jardins ou parques em Lisboa, e não me recordar da minha
meninice. E de alguma “violência” de então.
Que
eram elas as munições certas usadas em zarabatanas feitas com tubos de instalações
eléctricas, palmados em obras, com que fazíamos terríveis batalhas, emboscadas
ou escaramuças ocasionais, com grupos organizados ou atiradores furtivos.
Lembro
mesmo onde existiam os arbustos de onde as recolhíamos, nas imediações da
escola (esta ainda lá está, mas os arbustos não) e de como os nossos bolsos
ficavam cheios delas e de folhas que vinham p’lo caminho. Tal como as mãos
ensanguentadas de algumas espetadelas ocasionais.
As
“armas”, essas, eram maiores ou menores, consoante a oportunidade de as
apanharmos, os negócios que fazíamos em trocas improváveis, e de como as conseguíamos
transportar ou esconder, que não eram lá muito bem vistas em casa os nas aulas.
Os mais habilidosos acrescentavam-lhes punhos, miras “telescópicas” carregadores
rápidos… tudo o que desse jeito ao seu funcionamento e desse nas vistas perante
os camaradas de combate.
Um
destes dias, quem sabe, trato de arranjar um tubo e vou saber se ainda tenho o
jeito de então. Mas tenho que me despachar que estas bagas, de que não sei o nome,
mais uns tempos e desaparecem com o passar do Inverno. Se os pássaros não
vierem por elas primeiro.
By me
1 comentário:
Piracanta:
http://es.wikipedia.org/wiki/Pyracantha_coccinea
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