segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Trocos




Uma ocasião os órgãos do corpo humano fizeram uma reunião para definirem qual seria o mais importante.
“Eu, que dou as instruções para que funcionem!”, afirmou o cérebro.
“Eu, que faço os nutrientes circularem por todos vós!”, disse o coração.
“Eu, que filtro o sangue das impurezas!”, declarou o fígado.
Farto de toda aquela discussão, o cu entrou de greve.

Piadas aparte, façamos as contas:
Diz o governo, quando fala em função pública e eventuais aumentos salariais, que tem disponíveis 50 milhões de euros para tal.
Considerando os dados do Pordata, existem em Portugal cerca de setecentos mil pessoas a trabalhar na função pública, entre administração central, local e fundos de segurança social.
Feitas as contas entre estes dois valores e pensando em 14 meses por ano, constata-se que se teria um aumento aproximado de 5,1 euros mensais se fosse distribuído igualmente por todos eles.
Pouco significativo para quem está no topo de carreira, pouco mas mais significativo para os salários mais baixos.
E vi um destes dias uma dirigente de um sindicato (ou conjunto de sindicatos, já não sei bem) a afirmar que não aceita este tipo de distribuição, mas tão só um distribuição percentual em função do salário base. Maiores aumentos em euros para quem mais ganha, menores aumentos em euros para quem menos ganha, portanto.
Não será, de todo, esta a minha posição enquanto cidadão. Porque a barriga de uns é igual à dos outros, e a necessidade de comer, estudar, dormir, etc. é igual para todos.
Independentemente da função que desempenham.
Eu tenho um mau feitio…!



By me

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