sábado, 13 de outubro de 2018

Dúvidas




Quando fecharam o tasco correram com os retardatários, alguns com bem mais que um grão na asa. Aquele tinha vários.
Cambaleando pela rua, acabou por se apoiar num candeeiro que, aceso, iluminava a fachada de uma farmácia de serviço. E, encimando a porta, algo como isto.
Cogitando com os seus botões, mas não em voz baixa, perguntou: “Então isto lê-se farmácia ou parmácia?”
Tão forte e repetida foi a dúvida, alimentada por álcool não etílico, que acabou por decidir: “Vou perguntar!”
E apoiou-se no botão de chamada, esperando que o atendessem. E foi um bom bocado, que quem veio abrir o postigo estava com cara de quem dormitava.
E insistiu na pergunta: “Então aquilo lê-se farmácia ou parmácia?”
Nada satisfeito com o motivo de acordar, respondeu-lhe o outro atrás do postigo: “Oh homem! Lê-se o raio que o parta!”
Dando dois passos atrás e olhando para cima cambaleando, comentou o noctívago: “Ena tão mal escrito!”



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