sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Graffiti




Tenho para mim que os trabalhos de graffiti têm diversas vertentes sob as quais podem ser analisados e apreciados.
Para além das questões de estética (óbvias), de mensagem (não tão óbvias nalguns casos) e de irreverência ao ocupar uma superfície sem autorização do seu dono (o que nem sempre será verdade), haverá que pensar em:
- Um graffiti numa parede virada para a rua é vista por todos, sem distinção de classe social. Não está guardada numa galeria privada ou museu. O seu disfrute é igualitário e não objecto de autorizações ou pagamentos.
- Uma obra pintada numa parede exposta ao sol e à chuva é efémera. Mais duradoira que desenhos a giz no chão ou em areia, existe enquanto as cores ou relevos não forem minimizadas ou anuladas pelos elementos. Ou pelo dono da edificação. Ou o suporte ruir.

Quando Banksy reproduziu para tela um trabalho seu conhecido como sendo um graffiti estaria a subverter esses conceitos de “democracia” no desfrute e de efemeridade. E não nos esqueçamos que em 2014 um muro com um trabalho seu foi removido por inteiro em Cheltenham, Ingraterra, para fazer parte de uma colecção particular.

Acredito que a destruição parcial de uma tela com uma reprodução de um trabalho seu tenha sido uma forma de contestação à privatização da arte em geral e da sua em particular. Mas nada há que mo confirme que não o meu próprio desejo que assim tenha sido.
Genial!

By me

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