domingo, 1 de setembro de 2013

O barrete



Não que seja muito importante, que o não é. Mas este texto servirá, talvez, para esfregar na cara de uns e umas que eu cá conheço.
Tem andado fazer-me comichão no bichinho do ouvido o chamarem de “cardeal patriarca “ a D. Manuel Clemente. Não que eu saiba muito destas coisas da igreja católica apostólica romana, mas o seu a seu dono.
Acontece que o título de “bispo”, tal como o de “cardeal”, são cargos hierárquicos na igreja, tal como os de tenente, capitão, major, no exército.
Por seu lado, o título de “patriarca”, ainda que vitalício, refere-se ao cargo ocupado num patriarcado, que é uma divisão territorial da igreja, tal como diocese ou paróquia.
Por inerência de cargo, e por decisão lá do Vaticano, quem ocupe o cargo de “patriarca”, deverá ser promovido ao posto de “cardeal”, passando a assumir o título de “cardeal patriarca”, expressão que todos conhecemos.
Acontece que D. Manuel Clemente (e o termo Dom já de si é um título) é bispo. Foi-o como bispo auxiliar em Lisboa, foi-o como bispo do Porto. Ainda não foi promovido a cardeal.
Sê-lo-á, e de acordo com uma notícia agora lida, no início do próximo ano, em Roma.
Para quem tiver dúvidas a este respeito, vejam-se as imagens do prelado em questão e em como ele não usa, ainda, o barrete cardinalício - chapéu púrpura, de quatro pontas e sem borla no centro. Ser-lhe-á imposto (ou entregue) na cerimónia em Roma, no início do próximo ano.
Resta acrescentar, a título de informação complementar, que os patriarcados romanos no mundo não chegam a uma dúzia, que estão divididos entre os do Ocidente e os do Oriente (que não os da igreja ortodoxa) e que, ao que julgo saber, a existência de cada um se deveu a lutas pelo poder no seio da igreja católica, tanto de per si como na sua relação com o poder político ou régio.

Fica esta resenha, pouco - muito pouco – aprofundada.
E fica o recado, para uns e umas que têm a mania que, por terem o ofício que têm, tudo sabem: da próxima vez que forem confrontados com alguém que conteste o que afirmam aos quatro ventos, no mínimo confirmem aquilo que julgam saber.
Que não podemos estar sempre errados. Mas estar sempre certos também é difícil!

Fica a imagem dos barretes. Os cardinalícios, não os que alguns enfiam.

By me
Imagem algures da net 

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