Não
é fácil, mas “fiquei de cara à banda como o Miranda”!
Sete
e pouco da manhã, esperava eu p’lo comboio que me levaria ao trabalho.
Vejo
um rapazola, pouco mais que imberbe, saltar do outro cais para a linha e desta
para o cais onde eu mesmo estava.
Com
um saco na mão, auriculares pendurados das orelhas e cigarro apagado na boca,
aproxima-se de mim e pede-me lume.
Não
me fiz de rogado e tirei o Zippo do estojo do cinto (tenho-lhes estima e
trato-os bem), acendi-o e aproximei-lho.
Disse-me
ele: “Dê-mo cá que eu acendo”.
Claro
que não lho dei. Se não o empresto a amigos e familiares, ia emprestá-lo a um
fedelho desconhecido? Disse-lhe que não lho dava e mantive-o esticado, aceso.
“Então
não quero!” ouvi-lhe eu. E afastou-se.
Fiquei
ali, especado, com cara de parvo a tentar perceber o que tinha acontecido. Não
consegui perceber, juro!
Não
sei o que lhe terá passado p’la cabeça, mas uma coisa eu garanto: darei lume
quando mo pedirem, mas o Zippo não me sai da mão.
By me
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