Não
será fácil desenhar bancos de comboios: a funcionalidade, a higiene, o custo, a
robustez, a manutenção, o espaço ocupado, o conforto e o agrado visual não são
condições fáceis de conjugar.
Mas,
convenhamos, a CP tem feito um bom trabalho nestes últimos anos, conseguindo
conciliar todos estes factores.
Mas
certo é que há bancos que se gastam mais rapidamente que outros. Em particular
os junto da janela, que são preferenciais p’la maioria dos passageiros. Em
entrando numa carruagem, os primeiros 25% de bancos a serem ocupados são os
junto à janela e de frente para o caminho.
Também
é essa a minha preferência. Não tanto por ser junto à janela, ainda que esta
permita apoiar o braço com mais conforto.
É
que, em me apetecendo escrever (nas teclas ou no papel) sou bem menos
incomodado p’los outros passageiros que queiram sair ou sentar-se.
Mas,
em estando todas as janelas ocupadas, fico na coxia. Vantagem? Tenho mais
espaço p’ras pernas. Simples. Se me sentar à janela, de frente p’ra alguém,
teremos que partilhar o não muito abundante espaço, nem sempre com muito
conforto se se tratar de alguém com elas grandes ou daqueles que gostam de usar
as cadeiras com as costas apoiadas e o rabo bem na ponta.
Ficando
na coxia, prefiro ficar de costas para o maquinista. Não me incomoda nem um
pouco “ir de costas”, como a algumas pessoas. E divirto-me “à brava” a olhar
para todos os restantes passageiros de frente para mim, alguns “batendo uma
pestana”, outros a ler ou ouvir música, outros completamente absortos nos seus
pensamentos ou, moda do momento, usando do telélé com mensagens ou na net.
Divertido.
Mas
é também divertido ver como alguns recém-embarcados percorrem sofregamente o
corredor, em busca de um assento que lhes agrade. Chegam mesmo a trocar olhares
de desafio, se vem algum em sentido oposto com o olho no mesmo banco,
acelerando o passo e tentando ganhar a “maratona ferroviária”.
Os
bancos, esses, são todos iguais, na coxia ou na janela. E, em hora de ponta, têm
uma outra coisa em comum: são poucos!
By me
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