segunda-feira, 3 de junho de 2013

No comboio



Não será fácil desenhar bancos de comboios: a funcionalidade, a higiene, o custo, a robustez, a manutenção, o espaço ocupado, o conforto e o agrado visual não são condições fáceis de conjugar.
Mas, convenhamos, a CP tem feito um bom trabalho nestes últimos anos, conseguindo conciliar todos estes factores.
Mas certo é que há bancos que se gastam mais rapidamente que outros. Em particular os junto da janela, que são preferenciais p’la maioria dos passageiros. Em entrando numa carruagem, os primeiros 25% de bancos a serem ocupados são os junto à janela e de frente para o caminho.
Também é essa a minha preferência. Não tanto por ser junto à janela, ainda que esta permita apoiar o braço com mais conforto.
É que, em me apetecendo escrever (nas teclas ou no papel) sou bem menos incomodado p’los outros passageiros que queiram sair ou sentar-se.
Mas, em estando todas as janelas ocupadas, fico na coxia. Vantagem? Tenho mais espaço p’ras pernas. Simples. Se me sentar à janela, de frente p’ra alguém, teremos que partilhar o não muito abundante espaço, nem sempre com muito conforto se se tratar de alguém com elas grandes ou daqueles que gostam de usar as cadeiras com as costas apoiadas e o rabo bem na ponta.
Ficando na coxia, prefiro ficar de costas para o maquinista. Não me incomoda nem um pouco “ir de costas”, como a algumas pessoas. E divirto-me “à brava” a olhar para todos os restantes passageiros de frente para mim, alguns “batendo uma pestana”, outros a ler ou ouvir música, outros completamente absortos nos seus pensamentos ou, moda do momento, usando do telélé com mensagens ou na net. Divertido.
Mas é também divertido ver como alguns recém-embarcados percorrem sofregamente o corredor, em busca de um assento que lhes agrade. Chegam mesmo a trocar olhares de desafio, se vem algum em sentido oposto com o olho no mesmo banco, acelerando o passo e tentando ganhar a “maratona ferroviária”.

Os bancos, esses, são todos iguais, na coxia ou na janela. E, em hora de ponta, têm uma outra coisa em comum: são poucos!

By me

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