segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Repuxo



É uma daquelas coisas que nunca me abandona: a certeza da nossa efemeridade e o absurdo de nos entendermos como muito importantes no mundo. Não somos!
E há coisas, de borla ou quase, que nos reduzem à nossa insignificância, tanto de força como de tempo. E que gosto de degustar, mesmo que alguns o entendam como assustador.
Uma delas é uma boa tempestade. Os trovões e os relâmpagos, que tantos fazem fugir, reduzem-me à minha pequenez, tanto no planeta como no universo. Pensamos que tudo podemos e, na volta…
Outra de que gosto é o fogo-de-artifício. Em podendo, não perco.
Claro que é feito pelo Homem, claro que é um espectáculo caro. Mas ver os riscos coloridos lá em cima (não ligo peva ao fogo preso) durando uns segundos, com ou sem estampido… Também isso me faz ser pequenino.
Outra ainda é um banalíssimo repuxo de água. O grau de probabilidade de se repetir uma dada organização de gotas e bolhas de ar é tão diminuto que cada instante é realmente único e precioso.
Mas há outra coisa que também me enche, ainda que bem mais difícil de usufruir: chuva de estrelas.
É do conhecimento comum que se tratam de pequenos meteoritos que, entrando na atmosfera, se incendeiam. Alguns são o que restam das caudas de cometas, outros são poeiras, restos de asteróides.
Por esta altura do ano podemos observar uma, chamada de “Gemínidas” por serem observáveis na constelação de “Gémeos”.
Esta mesma noite já se poderão observar alguns, mas o pico do evento será na noite de 13 e de 14.
Este ano a coisa não será fácil: para além do frio que sabemos estar, a Lua estará entre quarto crescente e lua cheia, o que reduzirá, com a sua luz, a visibilidade. Como se não bastasse, espera-se que o céu esteja encoberto.

Pelo sim, pelo não, vá preparando os desejos a fazer às estrelas cadentes. E, se achar que vale a pena, o equipamento fotográfico.

Por mim, e se me dispuser a usufruir do que de belo e gratuito a natureza nos dá, será mesmo e só observar. Que a fotografia, por vezes, atrapalha a vida.

By me 

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