terça-feira, 31 de dezembro de 2013

"Parteleira"



De regresso a casa, já de noite, entram dois jovens universitários.
Vinham de conversa e, quisesse-o eu ou não, a exiguidade do espaço não me permitia não ouvir o que diziam.
Um deles comenta, a certa altura:
“Fico possesso! Quando os vejo escrever nas mensagens “fizemos” ou “dissemos” com hífen, fico possesso! Tento arranjar forma de lhes responder usando a palavra bem escrita, mas respondem insistindo no erro. É terrível!”
“Bem”, pensei eu, “nem tudo está perdido quando gente da geração dos SMS faz questão de escrever correctamente a língua-mãe e de corrigir (ou tentar corrigir) quem a assassina.”
Foi alegria curta, a minha. Que, logo de seguida ouvi o mesmo rapazola a pronunciar “dromir” e “parteleira” com a mesma descontracção com que havia criticado os outros.
Junto com as provas escritas de português do 12º ano, obrigatórias, deveriam existir provas orais em que estas e outras patacoadas fossem motivo de reprovação ou quejando.
A língua é algo de vivo e vibrante, evolutivo e ajustável de acordo com os modismos. Mas uma coisa é evolução e mutação, outra coisa é ignorância. E quando se está já a frequentar o ensino superior, coisas há que não são, de todo, admissíveis.

Leitura precisa-se. Muita!

Para que se não confunda estilo pessoal (escrito ou falado) com asneiras (puras e duras).

By me

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