segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Em torno de



Com uma rapidez surpreendente e uma unanimidade rara, o parlamento português votou e aprovou a ida do presidente da república às exéquias de Nelson Mandela.
Podemos, naturalmente, questionar a representatividade de Cavaco Silva em relação ao povo português. Em boa verdade, ainda que tenha ganho as últimas eleições para o cargo com quase 53% dos votos validamente expressos, o certo é que apenas 23% dos cidadãos eleitores votaram nele. Menos de um quarto.
Mas, claro, e para além da questão da representatividade, há sempre o facto de ocupar o cargo e de haver uma muito grande comunidade portuguesa na África do Sul. E não “ficaria bem” se não ficássemos no retrato.
Por outro lado, o porta-voz do Dalai Lama informou que este não tem planos para comparecer nas cerimónias fúnebres.
Considerando que tanto ele como o defunto são ou foram acérrimos defensores da paz, é estranho.
Mas já não será tanto se atentarmos que por duas vezes ele viu o seu visto de entrada na África do Sul recusado.
Aparentemente, o facto de ele representar as aspirações de independência do Tibete não é coisa que agrade aos Chineses e estes terão feito as pressões diplomáticas quanto baste.
O mesmo governo Chinês que, apesar de ter apresentado protestos diplomáticos aquando das duas visitas do Dalai Lama a Portugal, não se coibiu de fazer avultados investimentos em Portugal, como seja a EDP, entre outras.
Claro que as jogadas geo-políticas e as jogas económicas não têm comparação.

Consigo imaginar, com a quantidade de altas individualidades mundiais que estarão presentes, com ou sem políticas esconsas envolvidas, os esforços que os grupos radicais armados destes mundo estão a fazer para também marcarem presença. Ruidosa!


Que pensaria Mandela, se a tudo isto assistisse?

Texto by me
Imagens algures da net

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