quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Farturas



Muitas vezes o meu almoço acontece p’las 12 horas. Não que o queira, em regra, mas porque os horários de trabalho assim mo exigem.
Assim, lá p’las 4 da tarde, já tenho um ratito a dar de si no estômago.
Hoje, e estando por bandas de estação do oriente a caminho de casa, decidi ir ao centro comercial calar o dito. E, no caminho, dou com isto.
“Perfeito!”, pensei. “Melhor que fast-food, nada como algo tradicional, mesmo que se trate de fritos.” E avancei.
De conversa com quem cozinhava, uma senhora, com uma fita métrica na mão. E, a dado passo, tratou de fotografar a instalação, indo-se de seguida.
Eu, que já ‘tava com a minha fartura meio na mão, meio já na barriga, tinha-me deixado ficar por perto. A observar a “barraquinha”, com ar de nova em folha.
“É uma fiscal.” Disse-me o homem. “ E esta até é simpática e trata-nos bem. Que alguns, lá na câmara, tratam-nos… Como feirantes, no mau sentido da palavra, sem sequer se preocuparem com quem estão a falar. Quase como se fossemos gado.”
Conversa puxa conversa, e eu gosto de as puxar, e fiquei a saber que pagam a “ninharia” de 1000 (mil) euros de licença por um mês naquele local. “E é se quisermos, que há muitos que o querem.”, acrescentou ele. Tal como, quando lho perguntei, me disse que contam ficar ali até dia 6 de Janeiro.
Fiquei a fazer contas de cabeça: a licença, o gás, o combustível p’ro lume, o óleo, a farinha, o açúcar e canela mais os recheios dos churros, o preço de cada um e de cada fartura…
Muito pouco deve sobrar p’ra dar de comer àquelas três alminhas (casal e filha) que ali estavam a calar os nossos “ratitos” ou a satisfazer a nossa gulodice.
Resta acrescentar a simpatia de quem as fez (que comi duas) e mas vendeu. Bem como a simpatia ou cumplicidade da fiscal da emel, que os veio avisar que o tempo pago de parquímetro estava quase a acabar.
E, claro, que estas farturas são supimpas, opíparas, deliciosas, fazendo juz ao seu nome e que se recomendam. Preferencialmente, e se outros motivos não existirem, ao come-a-correr franchisado que existe do outro lado da rua.

Se passarem na zona, nas vossas deambulações consumistas natalícias, não percam a oportunidade!

By me

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