Ir às compras num fim-de-semana é sempre uma má escolha. E tanto pior será se este coincidir com o fim-do-mês. Se acrescentarmos que o mês é o de Agosto, o de férias e que, nele, estão todos os veraneantes a preparar o regresso ao trabalho e à escola, então, ir às compras num destes dias é quase um acto de masoquismo da parte de quem o possa fazer noutro dia qualquer.
Acontece que me esqueci por completo destas circunstâncias e fui às compras no supermercado cá do bairro neste sábado. Ainda estava a aproximar-me e já estava a arrepender-me, por via da quantidade de carros que via estacionados. Se eu mesmo fosse de carro, talvez tivesse dado meia volta e regressado em qualquer outro dia. Mas indo a pé e com mais de metade do caminho percorrido... Decidi aceitar o risco e enchi-me de paciência para as confusões nos corredores dos expositores e as filas nas caixas registadoras. No mínimo, iria ali estar o triplo do tempo previsto e sair de lá com menos de um terço do bom humor com que entraria.
Como me enganei!
Como é habitual nestes espaços, à entrada existem diversas pequenas lojas de conveniência: cafezinho, tabacaria/jornaleiro, florista, lavandaria, reparação de calçado, electrónica de consumo e pronto-a-vestir. E, depois do café para ganhar coragem, fui tratar de tabaco, que por aqui é um dos pouco locais que vendem a marca que consumo.
Estava a lojista a preparar as sobras de jornais e revistas da semana para as devoluções e vejo, em cima do balcão, um pequeno livreco: “Sun Tzu, a Arte da Guerra”. Nunca o tinha lido apesar de ter já encontrado diversas referências a ele. Tenho mesmo um colega (pobre coitado), que o cita amiúde, quase que como à bíblia.
“E porque não”, pensei, “leva-lo?” Mais um para pegar em havendo tempo e, entretanto, aumentar a pilha enorme dos que ainda não tive tempo para tal. E perguntei por ele e pelo seu preço.
A resposta foi meio simples, entre cifras e anotações: “Este vem com um jornal, não o posso vender avulso!” “Pois bem, dê-me então o jornal com o livro”, retorqui, que já havia decidido leva-lo.
“Pois, mas este veio com o jornal da semana passada… O desta semana é outro” “Mas é este livro que eu quero. Será que ainda tem o jornal da semana passada?”
Sorriu. No meio de jornais, tabacos, trocos e afins, ainda encontrou ânimo para sorrir. “Leve-o”, disse-me. “E quanto é?” perguntei, que já tinha pago os cigarros.
“Nada. Leve-o que, de qualquer forma, iria de volta como sobra. Não é nada!”
Por vezes vale a pena ir às compras num supermercado de bairro, no último fim-de-semana de Agosto.
E o que a imagem tem a ver com a estória? No meu imaginário, alimentado pela cinematografia do extremo oriente, estas plumas que abundam por aqui, no caminho de casa para as compras, assemelham-se aos estandartes e insígnias que os combatentes de tempos antigos usavam.
E, da mais de metade dele que já li (sim, acabei por lhe dar preferência sobre todos os outros) será um bom guia para quem faça da competição ou da guerra a sua forma de vida. O que, diga-se em abono da verdade, parece estar na ordem do dia!
Texto e imagem: by me
Acontece que me esqueci por completo destas circunstâncias e fui às compras no supermercado cá do bairro neste sábado. Ainda estava a aproximar-me e já estava a arrepender-me, por via da quantidade de carros que via estacionados. Se eu mesmo fosse de carro, talvez tivesse dado meia volta e regressado em qualquer outro dia. Mas indo a pé e com mais de metade do caminho percorrido... Decidi aceitar o risco e enchi-me de paciência para as confusões nos corredores dos expositores e as filas nas caixas registadoras. No mínimo, iria ali estar o triplo do tempo previsto e sair de lá com menos de um terço do bom humor com que entraria.
Como me enganei!
Como é habitual nestes espaços, à entrada existem diversas pequenas lojas de conveniência: cafezinho, tabacaria/jornaleiro, florista, lavandaria, reparação de calçado, electrónica de consumo e pronto-a-vestir. E, depois do café para ganhar coragem, fui tratar de tabaco, que por aqui é um dos pouco locais que vendem a marca que consumo.
Estava a lojista a preparar as sobras de jornais e revistas da semana para as devoluções e vejo, em cima do balcão, um pequeno livreco: “Sun Tzu, a Arte da Guerra”. Nunca o tinha lido apesar de ter já encontrado diversas referências a ele. Tenho mesmo um colega (pobre coitado), que o cita amiúde, quase que como à bíblia.
“E porque não”, pensei, “leva-lo?” Mais um para pegar em havendo tempo e, entretanto, aumentar a pilha enorme dos que ainda não tive tempo para tal. E perguntei por ele e pelo seu preço.
A resposta foi meio simples, entre cifras e anotações: “Este vem com um jornal, não o posso vender avulso!” “Pois bem, dê-me então o jornal com o livro”, retorqui, que já havia decidido leva-lo.
“Pois, mas este veio com o jornal da semana passada… O desta semana é outro” “Mas é este livro que eu quero. Será que ainda tem o jornal da semana passada?”
Sorriu. No meio de jornais, tabacos, trocos e afins, ainda encontrou ânimo para sorrir. “Leve-o”, disse-me. “E quanto é?” perguntei, que já tinha pago os cigarros.
“Nada. Leve-o que, de qualquer forma, iria de volta como sobra. Não é nada!”
Por vezes vale a pena ir às compras num supermercado de bairro, no último fim-de-semana de Agosto.
E o que a imagem tem a ver com a estória? No meu imaginário, alimentado pela cinematografia do extremo oriente, estas plumas que abundam por aqui, no caminho de casa para as compras, assemelham-se aos estandartes e insígnias que os combatentes de tempos antigos usavam.
E, da mais de metade dele que já li (sim, acabei por lhe dar preferência sobre todos os outros) será um bom guia para quem faça da competição ou da guerra a sua forma de vida. O que, diga-se em abono da verdade, parece estar na ordem do dia!
Texto e imagem: by me
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