quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Regras de emergência



Todos nós temos regras, por muito rebeldes ou anarquistas que nos intitulemos.
Algumas inconscientes, como se subimos a escada encostados à esquerda ou à direita, outras bem definidas, como o não bater em cada tipo que vemos a cometer um disparate.
Uma das minhas regras é ter sempre em casa uma ou mais garrafas de plástico de refrigerante. Vazias. Tanto podem ser de meio litro, como de litro ou maiores. Têm é que ser de plástico e estarem vazias.
Porquê?
Bem, nunca se sabe quando chegamos a casa, já de noite e com os estabelecimentos comerciais da zona fechados, e encontramos na soleira da porta do prédio uma vizinha a quase entrar em pânico por ter deixado as chaves de casa em casa de manhã, com a pressa de seguir para o emprego. E de ter a chave de reserva com uma irmã e esta já estar na terra por via do natal.
Antes que o choro irrompesse, e pouco faltava, tratei de confirmar qual o apartamento e se teria mesmo deixado as chaves em casa, o que me confirmou.
Depois foi acalma-la e dizer-lhe que ia por o meu saco a casa e que já voltaria. O que fiz, com uma dessas garrafas numa mão e o canivete na outra.
Foi questão de a retalhar como se vê na fotografia e usar a tira de plástico para abrir o trinco. Em tempos usava-se uma radiografia, mas elas hoje são digitais.

Resta-me a esperança que a minha vizinha, com a satisfação, não vá espalhar aos quatro ventos esta minha “habilidade”, ou ainda poderei ter aborrecimentos aqui na zona.

By me 

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