Dou uma primeira
olhada nos jornais e constato que nada ali está escrito que me surpreenda.
Apenas a continuidade do dia anterior, como que com os eventos e factos a não
quererem perturbar as festas de fim de ano.
E isso recorda-me
Mário Soares e o não haver motivos para não acreditar nas informações que o
hospital e a família nos vão transmitindo.
Apesar de não me
esquecer de tudo o que se disse sobre a morte de Salazar tal como a de Yasser Arafat.
Do mesmo modo não
me esqueço de um artigo de jornal, que li reproduzido por outros, onde se
falava nas consequências para os festejos de fim de ano de um luto nacional,
coisa obrigatória na sequência da morte de Mário Soares. E no que isso
significaria nos ânimos populares, bem como nos orçamentos de municípios e
empresas que tivessem investido em festejos para o 31 de Dezembro.
E ao pensar em
tudo isto, outra questão me acudiu:
Não me recordo, nestes
meus já mais de cinquenta anos por cá, de alguém cuja morte tenha sido tão
publicamente discutida por antecipação, com lamentos e festejos públicos e notórios,
visto tratar-se de alguém incontornável mas polémico.
No fim de contas
esta sua agonia, sempre lamentável independentemente de quem seja e das opiniões
que se possam ter, acaba por servir para gastar o mel e o fel que os
portugueses possam ter para com ele.
E quando chegar o
momento de ser divulgada a efectivação da sua morte anunciada, os ânimos estarão
mais calmos em relação ao político e ao estadista, ficando apenas aquela mágoa
que sempre nos acompanha aquando da morte de alguém, mesmo que nunca tivéssemos
privado com ele.
Os anos morrem e,
apesar de tudo o que possamos pensar e sentir, nós também.
By me
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