Não faltará, estou
certo, quem venha a terreiro afiançar sobre o uso deste ou daquele filtro, uns
ajustes de curvas, talvez que gammas e exposição, saturações e calibrações…
muitos, talvez, se fiquem pela clássica referência ao photoshop, sem mais
detalhes.
No entanto, e em
falando em detalhes… Se repararem bem, em cima no céu bem escuro encontrarão
duas manchas circulares bem definidoras de duas coisas: o suporte foi película
e o laboratório fez um trabalho da treta.
Efectivamente esta
fotografia foi feita há poucos meses, ainda que só agora tenha chegado às
minhas mãos, e usada para a fazer uma velhérrima Olympos IS-1000. Uma compacta
com aspecto de reflex, que ainda hoje tira aos mais incautos um “Ui, que canhão”,
com uma simples 35-135mmm 1:4,5-5,6. Tudo automático, como se espera de uma
compacta, ainda que de grande tamanho, com tudo manual, como eu gosto.
A história desta câmara
acaba por ter graça, para quem achar graça a este tipo de histórias.
Nos idos de 1992
fui escalado para ir passar um mês a trabalhar nos Jogos Olímpicos de Barcelona.
Sabendo que dificilmente teria segunda oportunidade para estar num evento
destes, tratei de começar a separar o material a levar.
Quando dei por mim
tinha a cama coberta de tralha, desde dois corpos (p&b cor), objectivas
fixas e zooms, dois flashs, filtros, slaves, tripés, grampos, reflectores… Tralha
que muito provavelmente não iria usar, já que o meu trabalho não me iria
permitir andar a fazer fotografias a torto e a direito.
A opção foi então
o comprar uma câmara que cobrisse a maioria das necessidades – uma topa a tudo.
Um tipo de câmara que não me convence mas que era o possível nas circunstâncias.
A escolha recaiu
sobre esta Olympus, recente no mercado e bem competente de acordo com as
revistas.
Interessante é
que, tendo comprado a câmara de manhã, antes de ir trabalhar, acertei a sua
venda ao final da tarde, antes de abandonar o trabalho.
Um colega ficou
entusiasmado com a facilidade e potencialidade da câmara e disse que queria uma
também. Mas sendo que, para mim, era uma câmara para uma ocasião específica,
acabámos por acordar ele comprar-ma em regressando eu de Barcelona, uns três
meses mais tarde. Um excelente negócio para os dois.
Este exemplar que
agora possuo foi comprado na feira da ladra há uns meses, a preço da chuva e em
estado impecável. O primeiro rolo saiu agora da loja, um segundo vai sendo
exposto.
E nada como um
negativo cor processado num laboratório comercial em série para tirar teimas
sobre o saber ou não expor para o efeito que se quer.
Tal como para
saber da qualidade dos técnicos que lá trabalham. Estas manchas de secagem,
inadmissíveis seja qual for a argumentação, servirão para que o gerente da loja
amanhã me oiça. Como não irá gostar de ouvir.
Sobre qual é o
laboratório falarei depois, após a conversa com o gerente.
By me
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