Sobre o actual escândalo
mundial chamado Panamá qualquer-coisa:
A corrupção ou
honestidade não são apanágio de uma classe social ou país ou geração. São
transversais no tempo e no espaço, abrangendo tudo e todos, variando apenas no
grau e profundidade.
Um destes dias,
numa pausa de trabalho, falava-se no dar ou não a identificação fiscal aquando
de uma qualquer compra. Sou radicalmente contra isso e tal é sabido por lá. Mas
voltei a insistir nos meus argumentos, enquanto ouvia os do costume:
“Ah pois, e tal,
todos temos que pagar, temos que acabar com esta desonestidade e fugas aos
impostos…”
Não me contive e
retorqui-lhe:
“Em falando de
questões de honestidade, isso é válido para os dois lados! Ainda não esqueci o
como te gabavas há uns dias de pagar menos de energia eléctrica, pois tinhas “ajeitado”
o contador que fica portas adentro e só é fiscalizado se deres entrada ao
fiscal.”
“Pois, mas eles já
cobram em excesso, e agora são os chineses, e os acertos de conta, e os…”
Chegou-se à
conversa um outro ali sentado, reforçando os argumentos do primeiro. Mas também
levou para contar:
“Certo, nisso de o
seu a seu dono! Mas no outro dia, ali na máquina do café, ficaste com o troco
esquecido pelo anterior utente, sem te preocupares em saber quem era. Apenas
disseste ‘Boa! Hoje é de borla!’ Haverá que ser coerente, quando falamos de
honestidade, não?”
O problema das corrupções
nunca é escala, grupo social ou oportunidade. É mesmo uma questão de
personalidade e atitude.
E de se ser ou não
apanhado.
By me
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