Ainda não percebi
porque raio se terá que dizer “porta mal fechada” no lugar de se dizer “porta
mal aberta”.
Tal como nunca
percebi se uma porta deve estar fechada, para impedir a passagem, ou se deve
estar aberta, para facilitar a passagem.
Dir-me-ão que é
uma mera questão de semântica. Talvez seja. Mas as palavras que usamos para
falar ou tão só para pensar condicionam o nosso comportamento. Individual,
inter-pessoal, grupal.
E havíeis de ter
visto o brilho intenso daquele rapaz, de talvez 16 anos, quando lhe expliquei a
diferença entre “tirar” uma fotografia e “fazer” uma fotografia, bem como a
questão dos significados positivos ou negativos que as palavras têm. E de que
modo elas nos levam a criar coisas novas ou apenas a repetir o que já foi
feito.
Quando me apercebi
que, mais que entender a questão, estava entusiasmado com a descoberta, fui mais
longe: encarreguei-o de explicar o conceito aos colegas de turma.
“Mas como????”,
perguntou-me.
“Não sei. Tu é que
vais falar, não sou eu. Inventa. Cria!”
O sorriso naquele
rosto, o intenso brilho daqueles olhos, compensaram em pleno o início do dia,
que havia sido de conflito. Não duvido que o fará e que será convincente.
By me
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