Há um montão de
gente a argumentar a favor ou contra a proposta apresentada no parlamento para
a mudança de nome daquele documento que nos identifica como portugueses.
O cerne da questão
seria o género: ao ser “cidadão” menorizava as mulheres portuguesas. (ou algo
parecido)
No entanto não
vejo campanhas sérias, legislativas mesmo, sobre a publicidade, que continua a
fazer uma ligação directa entre máquinas de lavar roupa ou loiça e mulheres;
entre detergentes e outros produtos de limpeza doméstica a mulheres; condução automóvel
a homens; produtos desportivos a homens; apostas desportivas a homens.
E as mulheres
continuam a surgir nas publicidades como verdadeiras candidatas a Miss Anoréxica.
Faz-se publicidade
a roupa interior feminina mas não a masculina; os filhos inter-agem com os pais
no desporto, nas tecnologias de informação, nos passeios e lazeres; com as mães
inter-agem sobre a escola, sobre disciplina, sobre trabalhos domésticos.
É toda uma indústria
publicitária a formatar as mentalidades sobre o que são actividades masculinas
e actividades femininas.
E, no entanto, não
vejo ou oiço partidos políticos ou grupos cívicos a fazerem campanha contra
isto.
Portanto, se
querem mesmo agir no que à igualdade de género (direitos, oportunidades e
deveres) diz respeito, comecem por aquilo que está à vista de todos e não
aquilo que temos na carteira e que quase nem sabemos para que serve.
Na imagem:
fotografia feita há vinte anos, por um grupo de três alunas adolescentes, em torno
da ideia “capa para livro policial”.
By me
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