sábado, 9 de abril de 2016

Em memória do José Vilhena



Está toda a gente preocupada com umas tais de “salutares bofetadas” e com as consequências políticas e culturais da coisa.
No entanto, todos os dias o Chico ameaça e concretiza na Efigénia umas higiénicas lambadas, entregues e recebidas as mais das vezes no recato do lar e ninguém faz reparos.
Já nem a D. Felisberta, a “correio da manha” cá do bairro, dá conta da ocorrência, de tão regulares que são.
A coisa só se torna mais notória quando acontece no café e uma mesa se vira, levando com ela alguns copos de imperiais. Porque essa coisa dos cacos de vidro no chão, sabemos todos, é perigoso por via das crianças que andam a brincar descalças.
Nessa altura há sempre algumas almas caridosas que decidem intervir, agarrando-os e levando-os lá para fora, onde não há copos que se partam.
Fora isto, ninguém repara num par de chapadas, bofetadas, lambadas…
Ninguém sabe é o que seja “salutar”, mas a Dona Francisca, da papelaria, já prometeu encomendar um dicionário. Sempre dá um toque diferente à loja e, da próxima vez que houver bordoada, sempre se poderá dizer que é um chavascal culto.


Imagem palmada da net.
By me

Sem comentários: