terça-feira, 12 de abril de 2016

Nivelados



Uma ocasião, faz tempo, comprei uma catana para umas fotografias.
Foi um bico de obra, já que alguém se queixou que estava um tipo com uma catana na estação de comboios e a polícia veio em força, dois mais dois, preparados para agir com as armas se eu não a colocasse no chão e me afastasse.
O episódio acabou em bem, depois de uma inspecção de documentos e um interrogatório em regra ali mesmo. Até porque a catana, alfaia agrícola, estava ainda com a protecção de fábrica e eu possuía o talão de compra.
E as explicações que dei sobre o destino a dar a tal objecto de venda livre foram convincentes.
Mas fico sem saber o que teria acontecido se em vez de uma catana tivesse comprado uma gadanha.
Coisa que cedo ou tarde acontecerá, assim eu encontre uma cujo cabo me agrade e não um de moderníssimo alumínio que não me convence. Que o simbolismo da gadanha, enquanto ferramenta da Morte, não é inocente e ainda o irei usar.
Isto porque, e ao contrário de uma foice convencional, a gadanha com o seu cabo longo e operada de pé, não permite seleccionar as boas das más ervas, levando-as a todas do mesmo modo. Assim é a Morte.


Na imagem a foice convencional que tenho aqui por casa. A catana está noutra parede.

By me 

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