Se a memória me não
falha, este cravo, junto com mais cinco, terão sido as únicas flores que
comprei nos últimos 20 ou 25 anos.
Comprei-os por
junto, para esta e outras fotografias alusivas à revolução, há uns anos. E,
juro, doeu-me tê-las comprado, por muito nobre que pudesse ter sido o
objectivo.
Que ao comprar
cravos (ou rosas, ou malmequeres ou qualquer outras) estou a comprar corpos mortos.
Estou a incentivar a morte de seres vivos para meu deleite visual ou fotográfico.
Eventualmente olfactivo.
Não se trata da
sobrevivência do indivíduo ou da espécie, não se trata de matar para comer.
Trata-se de matar para ter prazer.
Não eu!
E esta foi a
excepção!
E é tanto mais
absurdo o uso de um cravo quanto o seu espírito se esvai, como areia pelos dedos.
Cada vez mais o sistema tenta apagar os vestígios dos espíritos revolucionários,
mantendo apenas uma evocação de algo cada vez mais distante.
Que a revolução,
aquela coisa que se constrói todos os dias um pouco mais, à margem de regras,
conceitos e, acima de tudo, de classes dirigentes, é o maior veneno que o
sistema (qualquer um) conhece e que há que evitar a todo o custo.
Os revolucionários,
esses, têm que ser abatidos ou encerrados algures para que não façam estragos.
By me
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