segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Uma questão de valores

Um jornal diário, lido on-line, avança com a informação que um partido com assento parlamentar pretende rever a lei eleitoral até ao final do ano que vem.
Claro que se corre o risco de ser uma afirmação emanada do tal partido com o intuito de manter os jornais ocupados e fazer aparecer o seu nome com a frequência desejada.
Fico, no entanto, com a esperança de ser mais que fumo partidário e que algumas mudanças venham a ser efectuadas. Até porque eu mesmo desejo que pelo menos duas coisas aconteçam.

À uma, e para a Assembleia da República, que os deputados eleitos por um dado circulo eleitoral sejam pública e notoriamente identificados perante os seus eleitores. O mesmo sucedendo quando há substituições. Quer sejam membros de listas eleitorais, quer se organizem em círculos uninominais, quero poder saber, sem grande esforço ou pesquisa, quem são os que me representam ao serem redigidas, discutidas e votadas, as leis nacionais.
Mais ainda, quero poder interpelá-los caso se desviem, nos factos ou nas políticas, do que prometeram e afirmaram em campanha.
A impunidade ou irresponsabilidade, ainda que política, não pode continuar!

Por outro lado, e no tocante às autarquias, uma restrição à constituição das listas de candidatos, por partidos ou independentes: Que todos os candidatos ao poder local, seja qual for o cargo a que se candidatam, estejam recenseados como eleitores e residentes no concelho a que se candidatam desde as eleições anteriores.
Com isto, impedir que alguém, residente numa ponta do país, se candidate a uma autarquia na outra ponta, por questões de interesse partidário e ignorando os interesses e problemas das gentes locais. E garantir que os eleitores possam conhecer de perto os candidatos, e não apenas pelos discursos e panfletos.

No entanto, não tenho ilusões! Não acredito que algum partido político proponha, quanto mais vote favoravelmente, leis que restrinjam o acesso partidário ao poder, em prol do bem do País e dos cidadãos.
Que entre “patriotismo” e “partidarismo”, não é certamente o primeiro que ganha se forem os partidos a decidir.


Texto e imagem: by me
(Propositadamente, este texto foi escrito à revelia do novo acordo ortográfico)

Sem comentários: